Pessoas vêm e
vão das nossas vidas. Passamos por diversos tipos de relações sociais ao longo
da vida. Creio que um dos sentimentos mais doloridos é a primeira perda
da convivência com amigos do colégio – seja por trocar de escola ou por
terminar o ensino médio – , ou a saída do primeiro emprego, ou até o término do primeiro namoro.
Acho que todas
as pessoas têm dificuldades com o novo logo de primeira (alguns com
maior ou menor intensidade), mas ao longo dos anos a gente vai se acostumando a
seguir a vida e ter que, infelizmente, deixar para traz algumas relações de
amizade, por contextos diferentes da vida.
No começo a gente diz que vai manter
contato, que vai ligar, que vai sair junto, mandar e-mail, enfim, a lista
de maneiras de não perder contato é numerosa, mas, no corre-corre do dia-a-dia,
sem maldade, mesmo com saudade, a gente acaba se afastando de um jeito ou de
outro.
Comecei a pensar: o que faz de nós sermos pessoas que faremos
falta na vida de alguém? Porque, muitas pessoas cruzaram meu caminho, mas uma
pequena porcentagem me faz fechar os olhos com um sorriso de canto pensando “que
pena que o tempo passou” ou “que pena que nossas vidas seguiram rumos
diferentes”. Agora me permito até analisarmos além das amizades. E as paixões?
Por mais que tenha sido um “amor da adolescência” ou algo que durou pouco, uma
viagem quem sabe, o que faz sermos lembrados como algo de bom que aconteceu na
vida de outra pessoa? Que a faça pensar: “que pena que acabou”.
Eu creio que é
inevitável nos afastarmos de algumas pessoas por motivo ou outro, seja por caminhos
diferentes, grupos diferentes ou apenas opiniões diferentes. Entretanto, precisamos nos acostumar que nem todas as relações darão certo. É raro alguém casar com o primeiro amor ou manter contato com os amigos da infância com a mesma frequência pelo resto da vida. Podemos até considerar a vida injusta, mas não vamos poder evitar esse tipo de mudança na vida e nas nossas relações.
Mas, se você sente
vontade de atravessar a rua para não cruzar determinadas pessoas na calçada (e vice-versa):
alguma coisa está errada!
Ao longo do
tempo resolvi que queria ser uma pessoa que outras pessoas sentissem alegria de encontrar por acaso na rua. Mesmo que o aceno seja breve, que haja um sorriso. Mesmo que o “vamos marcar algo para conversarmos melhor depois” fique no
esquecimento, que a saudade seja verdadeira.
Decidi não
sofrer em perder algumas pessoas, decidi apenas dar o meu melhor.
Ser
companheira, amiga para todas as horas. Decidi não ter problemas em falar ou fazer alguma bobeira, desde que faça alguém sorrir. Decidi abandonar o orgulho, pedir e aceitar perdão. Decidi ouvir boas críticas e tentar fazer de mim mesma uma pessoa melhor, antes de querer exigir algo dos outros. Decidi escutar mais, amar com todas as forças. Decidi fazer diferença para alguém, não importa quanto tempo esteja por perto.
E se essas coisas não fizerem
diferença na vida de todos, pelo menos que alguns possam pensar: “poxa, que pena
que a vida nos deu rumos diferentes”. E tenho certeza que será recíproco.
Imagino que
não precisamos fazer grandes feitos, ganhar prêmios e ser reconhecido por
todos. Apenas precisamos fazer falta para algumas pessoas que também nos fazem
falta. E, dessa forma, se não pudermos manter a pessoa por perto, que pelo menos possamos mantê-la na mesma calçada quando estiver vindo de encontro e, provavelmente, até fazê-la parar para matar brevemente a saudade.
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