segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O que Os Simpsons podem ensinar sobre o casamento

É preocupante a situação atual de uma instituição tão antiga.

O casamento deixou de ser "até que a morte nos separe" para ser um "que seja eterno enquanto dure". A diferença entre as declarações se dá na dificuldade que a "geração fast food" criou com os compromissos.

É fácil comer um cheeseburguer sem sair do carro; é fácil trocar de cônjuge sem enfrentar os problemas.

Quando o "até que a morte nos separe" era sincero, as pessoas se casavam sabendo que o outro possuía defeitos e sabiam que haveriam muitas dificuldades no caminho da convivência do casamento. Assim, os problemas eram encarados como algo a se resolver juntos, o amor passava a ser uma escolha e não um sentimento, como a paixão, que só se preocupa com as qualidades e que acaba logo, com a descoberta dos defeitos.

Agora, com a criação do "que seja eterno enquanto dure", as pessoas passaram a encarar o casamento como um teste. E assim, o casamento dura até que deixe de ser bom e deixe de suprir aos próprios interesses e buscas de felicidade própria. E as pessoas se esquecem que dá pra tentar de novo com a mesma pessoa.

Sabemos que o desenho animado, Os Simpsons, traz críticas muito atuais sobre a sociedade, mesmo que tenha sido criado na década de 80, e problemas comuns de uma família comum. E que ressalta, muitas vezes, uma certa imoralidade vivida no cotidiano dos personagens, o que trouxe algumas censuras ao desenho. Entretanto, dentro das características marcantes dos personagens, com qualidades e defeitos, que são expostas com exagero para dar o tom cômico à série, é possível perceber características muito admiráveis aos valores essenciais dos relacionamentos e da família.

Já assisti alguns episódios do desenho em que os personagens fazem escolhas erradas e colocam os relacionamentos em risco. Seja entre marido e mulher, irmãos ou pais e filhos, mas, ao contrário do que esperamos que aconteça com os relacionamentos atuais - que é a fuga dos problemas com a separação dos relacionamentos -, Os Simpsons sempre arrumam uma maneira de se unir ainda mais depois de superadas as dificuldades.

Não estou aqui para criticar todos os casamentos que acabam. É claro que há exceções e motivos, muitas vezes irreversíveis, que causam o fim do "até que a morte nos separe", mas eu vejo que o casamento foi banalizado e muitos relacionamentos acabam pela covardia de não conseguir encarar dificuldades básicas, puro egoísmo.

São reais os desgastes, os cansaços e a vontade de largar tudo, mas se não houver motivos para se manter casados, provavelmente os motivos de ter casado também não eram assim tão concretos.

Ainda acredito na família e no casamento Simpsons. Que tem compromisso com o "até que a morte nos separe", que faz persistir em amar mesmo que as dificuldades apareçam.

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