quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Fast Food humana

      Eu poderia chamar de geração coca-cola como nosso amigo Renato Russo já dissera, mas, pensando bem: estamos longe de ser o futuro da nação, apesar de toda a programação para o consumo do lixo industrial.
      Enfim, estamos mais para geração fast food! E não só porquê nossos dias têm sido corridos e precisamos almoçar de forma rápida fora de casa nos MC Donald's de cada esquina, mas, porque, fomos ensinados desde pequenos que podemos ter o que quisermos ao nosso alcance, a hora que nos der vontade. Sendo assim, da mesma forma como trocamos nosso celular logo que é lançado um mais moderno, diferente e com novas funções, temos feito com nossas relações conjugais e afetivas de qualquer espécie - amizade, namoro, etc.
      Sabe, a minha vó não faz ideia do que significa "ficar" com alguém, AH, se ela descobrisse que hoje em dia o "ficar" já é mais sério que o tal do "pegar". Aliás, é o que eu faço quando estou com fome depois da faculdade: passo no drive-thru do MC Donald's e PEGO um lanche pra levar pra casa. A diferença é que quando alguém "pega" outro alguém, geralmente, não se leva pra casa e quase não se lembra dela dentro de alguns dias. Engraçado como fomos rebaixados a menos que um lanche não é?! (Engraçado senão triste).
      Tenho a impressão que tem sido mais fácil dizer "eu te amo" que "bom dia". Tenho a impressão de que nada é profundo e que ficamos na superficialidade, porque fomos ensinados que podemos enjoar de alguma coisa e trocá-la e, de igual forma, à menor dificuldade ou incompatibilidade é fácil trocar um relacionamento pelo outro. Os casamentos são pensados para a possibilidade de divórcio. Escuta-se pessoas dizendo que casou sob separação total de bens, pois cada um ganha o seu, pessoas que não agregam em suas certidões o sobrenome do cônjuge, porque caso ocorra o divórcio, fica menos complicado voltar ao nome de solteiro.
     E como já dizia o velho sábio: "Traição é traição, romance é romance, amor é amor e um lance é um lance" (lixo cultural).   
      Bom, infelizmente, isso é só um desabafo! Porque, afinal, é o que consumimos nas novelas: traições que nos acabam sendo divertidas, vinganças que faz o Brasil parar para assistir, entre outros lixos os quais temos consumido. E assim ficaremos! Até que percebamos que não é assim que tem que ser e que pessoas são mais importantes que lanches - ou lances - e que amar é mais do que uma situação que você está passando com alguém e sim uma escolha feita por alguém que você simplesmente quer manter ao seu lado, independente das dificuldades. Profundidade! Luta! Espera!
     E ai sim poderemos declarar:
"Quando nascemos fomos programados a receber
o que vocês nos empurram com os enlatados dos U.S.A,
das nove às seis.
Desde pequenos nós comemos lixo comercial e industrial,
mas agora chegou a nossa vez:
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês.
Somos burgueses sem religião.
Somos o futuro da nação.
Geração Coca-Cola."