segunda-feira, 26 de maio de 2014

Crítica: X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido


   
   Parece que a Marvel acertou em cheio trazendo Bryan Singer de volta para dirigir mais um filme da saga dos heróismaislegaisdomundodosquadrinhos (fica explícito minha preferência pelas criaturas de Stan Lee & Co). O diretor, responsável pelos dois primeiros longas dos mutantes X-Men (2000) e X-Men 2 (2002) e embora produtor X-Men: First Class (2011), retorna à direção com excelência em X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido.

   O filme nada mais é do que um time travel se passando entre um futuro obscuro e desolado, onde os mutantes se escondem na iminência de serem aniquilados pelos Sentinelas (robôs criados para destruir qualquer portador do gene X) e um passado – leia-se 1973 – ano para o qual Wolverine (Hugh Jackman) é enviado de volta na tentativa de mudar os fatos que se sucederam e, consequentemente, redesenhar o futuro.

   
   Com um roteiro bem tecido e coeso, o longa capta a atenção do espectador do início ao fim. Os não tão longos cento e vinte e poucos minutos foram bem distribuídos em momentos menos agitados – aqueles com mais história – e os momentos de confronto, nos dois períodos da narrativa. Aliás, ambientar essa distância temporal concomitantemente, introduzindo em tempos, cenas do que se passam no presente, digo, futuro, fora de bom senso. Outro ponto louvável é a sensação de incerteza sobre o desfecho da película. Talvez não da trama como um todo, mas sim do fim destinado a cada personagem, o que prende ainda mais a concentração do público.


   Como todo filme Marvel, e sim, isso já fora mencionado em crítica anterior (leia aqui), abusa-se de humor em algumas ocasiões. Nada escrachado. Trata-se de uma comédia leve, que acaba arrancando boas risadas em alguns momentos. O que é totalmente plausível, diga-se de passagem.

   
   Não seria surpresa dizer que X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, possui um elenco espetacular. Aliás, Jennifer Lawrence, James McAvoy, Michael Fassbender e Peter Dinklage são os queridinhos do mundo cinematográfico na atualidade. Sem falar das lendas Hugh Jackman, Ian McKellen, Patrick Stewart, entre outros. É sempre bom ver grandes nomes reunidos em uma mesma trama.


   Algo que estamos cansados de elogiar nos filmes de heróis é a primazia quando o assunto é efeitos especiais, visuais e trilha sonora. Esse último, dessa vez sob a responsabilidade John Ottman, que já trabalhou com Bryan em outros títulos. Uma trilha impecável, bem atrelada a cada cena e realçando ainda mais as sensações causadas também pelo visual.
   
  
    X-Men: Dias de um Futuro Esquecido reacendeu a história dos mutantes. Provou que há muito mais que explorar seja voltando ao passado ou ainda nos acontecimentos que se desenrolarão em um futuro. Bryan Singer é o cara certo para os X-Men. Tão certo que já foi convocado para a sequência da franquia.

Nota de 0 à 10: 10.0


Ficha Técnica

X-Men: Days of Future Past

EUA , 2014 - 131 min.
Aventura
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg, Jane Goldman e Matthew Vaughn
Elenco: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Ian McKellen, James McAvoy, Jennifer Lawrence, Michael Fassbender, Nicholas Hoult, Anna Paquin, Ellen Page, Shawn Ashmore, Halle Berry, Peter Dinklage, Omar Sy, Evan Peters, Josh Helman, Daniel Cudmore, Fan Bingbing.
















quinta-feira, 22 de maio de 2014

Dói, um tapinha não dói: Lei aprovada

Depois de tanto "mimimi": Comissão aprova Lei da Palmada, rebatizada como 'Menino Bernardo' (manchete da matéria no site do O Globo). Depois de muita discussão e rebuliços causados para promover a "Rainha dos Baixinhos" (vulgo Xuxa), a lei que ensina como deve ser a educação dentro de nossas casas foi aprovada.

Deixando de lado toda aquela conversa de "levei palmada quando criança e hoje sou um cidadão de bem" e até a minha formação cristã que defende as palmadas como forma de disciplina, irei comentar sobre o extremismo da Lei ser aprovada por causa pais que matam seus filhos, mesmo sendo óbvio que para matar é necessário muito mais que palmadas.

Enfim... 

Eu não sei se é mais triste viver em um país em que precisamos aprovar esse tipo de lei, porque não temos uma sociedade decente, com pais que sabem educar e disciplinar seus filhos com amor ou se temos governantes estúpidos o suficiente para acreditar que a Lei 'Menino Bernardo' vai realmente evitar que crianças sejam assassinadas por seus responsáveis, afinal, a lei de não matarás é milenar e somente vejo mais homicídios, cada vez por motivos mais esdrúxulos.

Na boa, um pai que espanca, tortura e humilha o filho, vai continuar fazendo isso com ou sem lei, é um problema de caráter e não jurídico. Assim como eu espero que pais que disciplinam com palmadas de amor, não deixem de educar seus filhos com amor - seja deixando no cantinho da disciplina, dando palmadas ou conversando. Já temos sido uma geração de gente miserável de caráter, não vamos permitir uma pior que a nossa no futuro.

E como diria o Capital Inicial: "Se o que é errado virou certo, as coisas são como elas são. A inteligência ficou cega de tanta informação".

Tá aí, para todo mundo ver, que vivemos em uma geração que é proibido ter opinião, é proibido se expressar, é proibido dar palmada no filho para educar, mas não é proibido criança morrendo de fome, criança sem oportunidade de educação e pais sem oportunidade de emprego.

É isso aí Brasil, mais uma Lei que não muda a realidade do nosso país.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Sobre ser diferente: só funciona com respeito

Sinto que vivo em uma sociedade de chatos. Diversas vezes paro para questionar por que estamos ficando assim cada vez mais cedo? Intolerantes! Percebo que está cada vez mais difícil expressar opiniões divergentes sem que haja rixas desnecessárias.

Esses dias um professor me perguntou se como cristã eu me importava com as brincadeiras que às vezes ele faz sobre religião e a resposta de que não me incomodo foi verdadeira.

Primeiro, porque esse professor nunca faltou com o respeito necessário comigo como pessoa. Segundo, porque ele nunca tentou impor ou dizer que minhas escolhas são erradas, apenas expõe o que pensa de forma sátira e nunca me impediu de expressar o que acredito e, assim, fica viável uma discussão construtiva sobre opiniões diversas de maneira respeitosa. E por último, porque não sou hipócrita em defender que não há motivos para ele criar boas piadas com muitos religiosos por aí.

O que acontece que é as pessoas confundem "ter direitos iguais" com "ter opiniões iguais".

Infelizmente, vejo que um religioso fazendo piada sobre religião, ou um negro fazendo piada com negro, ou um gordo fazendo piada com gordo, etc, não causam tanto impacto quando é o oposto falando do outro.

Enfim, vejo que a sociedade criou alguns tabus que criaram seres humanos cada vez mais intolerantes com as opiniões contrárias, sem perceber que o problema não é ser cristão, budista, ateu, homo ou hétero, o problema é querer respeito sem saber respeitar o próximo.

Esses dias um amigo negro brincou comigo que com um pouco mais de sol eu "passo para o lado dele da força" (fazendo menção ao "lado negro da força" de Star Wars), rimos juntos e nada me pareceu motivo que nos impedisse de sermos amigos e respeitarmos um ao outro. Mas alguns seres chatos poderiam me taxar de racista se a mesma brincadeira que ele fez fosse feita por mim, que, aliás, não sou nem preta nem branca, assim como 99,9% dos brasileiros (um palpite meu). Mais um motivo para o preconceito ser algo estúpido no Brasil. "Tamo junto e misturado".

Acho triste não conseguirmos ter senso de humor com as diferenças e não termos respeito com outras ideias. Acho triste o amor pelo próximo ser deixado de lado por causa de opiniões contrárias. 

Sem mais delongas, agradeço aos meus amigos ao meu redor que têm opiniões, escolhas e estereótipos contrários aos meus, que sabem ouvir e falar com respeito, assim não me sinto convivendo com robôs iguais e consigo ter boas discussões para acrescentar valor à minha vida.

Chega de chatice por intolerância ou ignorância né? Já passou a idade média.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Crítica: Godzilla (2014)


   Sessenta anos após sua primeira aparição, o rei dos monstros retorna à telona. O novo Godzilla, dirigido por Gareth Edwards (Monstros), tenta superar o fracasso do último título hollywoodiano do bichano, em 1998 e dirigido pelo alemão Roland Emmerich (que já destruiu a Terra outras vezes em Independence Day , O Dia Depois de Amanhã e 2012). 

   E ao que parece, Gareth conseguiu. Nesse fim de semana, 16 (estreia), o filme arrecadou mais de US$ 196M nos cinemas ao redor do globo. 

   O primeiro acerto começa pelo elenco. Godzilla escalou grandes nomes para a produção. Com Aaron Taylor-Johnson, Elizabeth Olsen, Bryan Cranston (Heisenberg?), Juliette Binoche, Ken Watanabe e Sally Hawkins, o que desperta interesse para ir ao cinema. 

   Gareth preferiu se arriscar e então buscou desenvolver mais a história dos outros personagens, do que do próprio Godzilla. O diretor usou de longos minutos da película para ambientar a situação, como os créditos iniciais do filme que remetiam à 1954 – a primeira aparição de Gojira - , a descoberta dos M.U.T.O.S nas Filipinas, a introdução da família Brody e o acidente que ocorrera em Janjira. O lagarto ganha destaque na medida em que a narrativa é tecida. O que de certa forma, me levava a olhar no relógio diversas vezes e me perguntar em que momento Goji iria aparecer. 

   Ação e destruição não faltaram desde então. Godzilla surge (a priori apenas na visão do Dr. Serisawa e sua companheira de trabalho na operação Monarch, Vivienne Graham) como o possível - e único - salvador da humanidade. Sim, ele divide o papel de herói com Ford Brody (Aaron) na tentativa de eliminar os M.U.T.O.S, que estão à solta na Terra em busca de radiação para garantir a sobrevivência e perpetuação da espécie. Goji tem a função de restabelecer o equilíbrio da natureza, deixando claro que não compete aos homens restaurar a ordem no planeta. A batalha entre as criaturas gigantes foram responsáveis por prender a atenção até o final do filme. 

   
   O longa, caracterizado por cenas escuras, traz a sensação de tensão em todo o tempo. Atrelado com a trilha sonora também pesada, densa, o sentimento de aflição acompanha a cada segundo decorrente da película. O diretor busca também inserir os espectadores no filme. O posicionamento das câmeras tentam nos transportar “para dentro da tela”, a fim de nos casusar sensação de estar vivenciando a situação juntamente com as demais pessoas. 

   Godzilla cumpriu o que prometeu, ou ao menos com que esperávamos ver. Com uma fantástica trilha sonora e efeitos especiais bem produzidos, o filme faz jus ao estilo tokusatsu (filmes de efeitos especias na língua nipônica).

Nota de 0 à 10: 8.0

Ficha Técnica

Godzilla
EUA , 2014 - 123 minutos
Ação
Direção: Gareth Edwards
Roteiro: Max Borenstein, Dave Callaham
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Elizabeth Olsen, Ken Watanabe, Bryan Cranston, Sally Hawkins, David Strathairn, Juliette Binoche

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Crítica: O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça De Electro


   Táxis amarelos e carros do NYPD voando, outdoors e letreiros indo ao chão. Nova Iorque sendo destruída à medida que a narrativa vai se desenvolvendo, Stan Lee fazendo uma ponta e ocupando apenas alguns segundos do quadro. Cenas típicas de qualquer adaptação da Marvel para a telona. Com O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, não seria diferente. O segundo filme da franquia, dirigido novamente por Marc Webb mantém a mesma sequência lógica de qualquer outro título da companhia de HQs. Com pitadas generosas de humor, a narrativa é tecida com picos de muita ação e momentos mais brandos. Seguindo a tendência "Mais história, menos pancadaria", o filme traz cenas com mais diálogos, retratando muito mais a vida de Peter e seus relacionamentos.

   Em sua luta contra os criminosos da cidade, Peter Park (Andrew Garfield) acaba se tornando o queridinho da população, inclusive dos policiais. Ao mesmo tempo em que lida com vilões, ele precisa também confrontar questões emocionais. Mostrando ainda a mágoa pelo "abandono" de seus pais, Peter procura entender as razões pelas quais os mesmos o deixaram. Há também o seu conturbado relacionamento com Gwen Stacey (Emma Stone), um romance vai-e-vem, que se desestabiliza toda vez que Peter se lembra da promessa que fez ao falecido pai de Gwen.

   O vilão principal da vez é Max Dillon (Jamie Foxx), um mero funcionário da Oscorp com baixa auto-estima que após ser salvo pelo destemido Spidey desenvolve uma obsessão pelo mesmo. Max é só mais um cara que ninguém nota, um esquisitão. O divisor de águas em sua vida ocorre quando acidentalmente, cai em um tanque de enguias, que acaba modificando-o geneticamente. Agora é Electro, que, como sugere o próprio nome, é capaz de absorver eletricidade e então descarregá-la em escalas devastadoras. O que parece mal aos olhos da sociedade, Max vê como algo benéfico e se sente então o centro das atenções, algo que não seria possível em sua vida regular.


   Em paralelo entra Harry Osborn (Dane DeHaan), um garoto imaturo e instável emocionalmente, que chega para assumir a empresa do pai. Harry posteriormente se torna o Duende Verde e junta suas forças juntamente com Electro. Em um papel não tão destacado assim, Harry (embora amigo de Peter) fica mais em segundo plano, sendo apenas mais um dos arqui-rivais do cabeça-de-teia.

   Sem mais spoilers, e tentando chegar a um desfecho, O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro foi feliz em sua produção. Feliz em elenco, trilha sonora combinando muito bem com as sequências de ação (Hans Zimmer sempre acertando!) e efeitos especiais. Feliz também em explorar a personalidade de cada personagem. Infeliz na quantidade de subtramas. Muita história, pouca profundidade (vide Rhino, que poderia ser deixado para a próxima sequência). Ao jogar na balança, houve mais acertos do que erros.

Nota de 0 à 10: 9.0

Texto de Junior Mafra

Ficha Técnica

The Amazing Spider-Man 2
EUA , 2014 - 142 minutos
Ação
Direção: Marc Webb
Roteiro: Alex Kurtzman, Roberto Orci, Jeff Pinkner
Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Jamie Foxx, Dane DeHaan, Colm Feore, Sally Field, Paul Giamatti, Campbell Scott, Felicity Jones