quarta-feira, 4 de junho de 2014

Crítica: Malévola


   
   A releitura dos contos de fadas nos cinemas tem se tornado algo comum nos últimos tempos. A começar por Snow White and The Huntsman (2012), chega a vez de A Bela Adormecida entrar na lista de adaptações.

   Dirigido por Robert Stromberg (em sua primeira vez como diretor) e roteiro de Linda Woolverton, Malévola traz uma versão bem diferente da qual estamos acostumados a ouvir sobre a princesa adormecida. O longa, uma adaptação do filme Disney Sleeping Beauty (1959), que é uma adaptação do conto de Charles Perrault, datado de 1697 e que por sua vez é uma adaptação do conto escrito pelos irmãos Grimm em 1634, traz a história de um ângulo totalmente oposto à de todas as versões anteriores: o da própria vilã, Malévola.

   Malévola (Angelina Jolie) é uma fada madrinha pertencente ao reino de Moors. Na sua infância, conhece Stefan, um menino de um reino sem nome. À medida que crescem, se apaixonam. No entanto, a ambição do garoto os afasta e o amor que antes havia entre os dois, hoje cede lugar ao ódio. Stefan (Sharlto Copley), agora rei, torna-se pai de Aurora (Elle Fanning), uma princesa agraciada com tamanha beleza e simpatia. Ao tomar ciência do nascimento da menina, a amargurada Malévola lança sobre Aurora um feitiço, que se concretizaria no décimo sexto aniversário da princesa. A maldição a poria em um sono profundo no qual apenas o beijo do verdadeiro amor poderia despertá-la. Na tentativa de impedir que a tragédia ocorresse, o rei delega à três fadas a função de cuidar de Aurora até que ela complete seus dezesseis anos e assim pudesse retornar ao reino.



   Até então, há uma proximidade com o filme de 1959. Até então.

   Em Malévola, a temida vilã desenvolve laços afetuosos com Aurora. Juntamente com seu corvo/servo Diaval, a “antagonista” da trama passa a demonstrar mais compaixão e amor pela princesa do que as próprias madrinhas cuidadoras.

   O longa é recheado de efeitos especiais (só consigo imaginar áreas enormes tomadas por fundos verdes) afinal, trata-se de um conto-de-fadas, com  - wait for it - fadas(!) monstrosetudomais. E é nesse ponto que se deve destacar a proeza e facilidade com que Stromberg consegue abusar dos mesmos. O diretor tem uma bagagem de peso em efeitos visuais, a saber: Piratas do Caribe: No Fim Do Mundo, Jogos Vorazes, A Bússola de Ouro e por aí vai. Cenários incrivelmente elaborados, figurino também bem produzido e trilha sonora igualmente impecável.


   O elenco é encabeçado por Angelina Jolie, que mesmo com asas negras e chifres consegue agradar a todos, Elle Fanning (Ginger e Rosa) e Sharlto Copley (Elysium) que desempenham com primazia seus papéis, embora com uma profundidade aquém do que fora explorada por Jolie. Aliás, é sem sombra de dúvidas que Angelina é a principal responsável por levar muitos dos espectadores de variadas faixas etárias a acompanhar a película.

   Por fim, Malévola, corrobora o sucesso das adaptações. Reinventar é preciso. Alcançar novas gerações é necessário. 



Nota de 0 à 10: 7.0

Ficha Técnica:

Maleficent
EUA , 2014 - 97 min
Fantasia
Direção: Robert Stromberg
Roteiro: Linda Woolverton
Elenco:Angelina Jolie, Sharlto Copley, Elle Fanning, Sam Riley

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