quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Deus e nada mais a explicar

Quem é Deus?

Bom, dizem que Deus não pode ser plenamente conhecido ou entendido, faz sentido! Porque, afinal, quando se conhece alguém em sua plenitude esse alguém torna-se palpável, humaniza-se. Portanto, Deus passa a não ser Deus e você passa a não precisar dEle.

Eu na dificuldade de conhecê-lo e entendê-lo resolvi não questioná-lo, porém, aprendi com o tempo a ver o que não é Deus. Fica mais fácil.

Deus não é as roupas que você usa e o comprimento delas, Deus não é a música que você ouve, Deus não é as palavras que você diz, Deus não é o seu passado, Deus não é as marcas na sua alma e coração, Deus não é marcas no seu corpo, pelo contrário, Deus não é nada do que somos e nada de nossa essência ou vontades. Mas, Ele se importa com tudo isso, porque se importa com você.

Ele se importa com sua imagem, Ele se importa com seus pensamentos, Ele se importa com o que seu coração está cheio, Ele se importa com seu passado (e quer te dar um futuro), Ele quer te dar um novo modo de viver, sonhar, sentir e te deixar com a alma e o coração mais leves. Ele se importa com seu corpo; Ele quer usá-lo como seu instrumento de graça. Deus não é nada do que somos, mas quer que sejamos como Ele, ou pelo menos aprendamos a viver perto de sua graça, em relacionamento verdadeiro de graça.

Por que? Eu não sei! E já quase enlouqueci tentando descobrir.

"Deus, me dê um sinal!" ou então baboseiras como: "Se me ouve, apague a LUZ" (haja senso de humor para Deus nessas situações e uma misericórdia inesgotável).

É claro que Ele pode apagar o sol se quiser, mas imagino Deus rindo e dizendo: pequenino, pare de tolice, não é isso que importa agora! Não preciso me provar, você é quem precisa provar do meu amor.

Querer provas é correr atrás do vento.

Deus não quer se provar, Deus quer seu coração aberto e quebrantado às Suas vontades, sem que as suas interfiram e sem que você questione. Medrosos. É isso o que somos: pequenos e medrosos. É, diante de Deus: fracos e frágeis como recém-nascidos. E achamos que sabemos tudo sobre tudo na vida.

Já escutei: "Se você tem tanta certeza da existência de Deus, onde Ele está, com tanta coisa ruim no mundo?". Eu sei, é complicado responder, mas, está em tudo! É claro. Até onde você não queria que Ele estivesse. E aí eu vejo que se todos (pelo menos os que se dizem crentes em Deus) O colocassem em tudo, boa parte das coisas ruins do mundo já teriam sido amenizadas.

É claro que Deus está nos milagres, nas curas, nas libertações, nos sorrisos. Entretanto, já parou para olhá-lo na morte? Nas angústias? Nas dores? Nas lágrimas? Nos seus erros? Nos seus pecados? Nas suas marcas? No seu íntimo?

Difícil! Mas Ele está lá, somos nós que estamos cegos preocupados com nossos umbigos!

Ouvimos tanto de um Deus bondoso e misericordioso, poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos. Contudo, amo pensar que Seu tempo não é como o nosso. Aliás, já parei para pensar se não há alguma palavra ou sensação da qual desconhecemos onde podemos encontrar Deus em Sua face verdadeira e Suas vontades claras.

Bom, eu confesso que paro para olhá-lo nos momentos ruins só depois de ter sofrido muito e sozinha, paro com minhas vontades só depois de ter tentado tudo. E para quê? Se eu sempre acabo tendo que quebrar todo o orgulho e entregar tudo nas mãos de Deus. Ai depois eu vejo que eu já poderia ter evitado muita ansiedade e angústias antes.

Se eu não o entendo, se eu não posso vê-lo, posso buscá-lo e posso senti-lo. E se nada disso faz sentido, se tudo isso acabará, ainda vejo motivos para correr o risco. Creio que a eternidade será suficiente para me responder a todas perguntas.

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