quarta-feira, 2 de abril de 2014

Sobre: Emicida vs Thalles Roberto e pregar o amor de Cristo

Esses dias eu desabafei no facebook a minha impressão (ou opinião) sobre o rapper Emicida pregar com mais verdade o amor de Cristo do que o cantor gospel Thalles Roberto. Alguns concordaram, outros disseram que eu não tinha base nenhuma pra dizer e outros pediram para eu escrever um texto, então: olá, vim falar sobre!

Realmente, eu posso não ter base nenhuma ok? Mas vou compartilhar meus motivos para tal impressão, muitos concordem ou não.

Certa vez li que Lutero disse que Deus faz os teólogos mandando-os para o inferno e no inferno, ninguém está interessado em teologia. No meio do sofrimento ninguém fica interessado em falsas promessas ou massagem no ego. Aprendemos no inferno que queremos sair de lá, aprendemos o desespero pela vida e pela verdadeira salvação. Precisamos de algo que funcione, nada ilusório ou utópico.

E dei essa introdução para exemplificar onde tive essa impressão sobre o Emicida pregar o evangelho com mais verdade do que o Thalles. É ótimo ouvir que vai vencer, que Deus vai cumprir promessas de bençãos e etc. e nada disso é mentira, mas Jesus veio para pregar muito mais que isso, não veio para iludir uma vida perfeita, sem erros, pelo contrário, veio dizer a verdade e que na nossa realidade Ele estaria.

Emicida retrata nas músicas uma vida no inferno, onde tem gente morrendo, sofrendo, passando fome, vivendo de migalhas, porém, vencem graças a fé, ao amor, à luta contra o errado e ao esforço em viver de forma honesta mesmo no meio da podridão. Já o Thalles "vencedor" Roberto, massageia o ego dos cristãos, passando uma imagem de que tudo é lindo, tudo é vitória, sendo que o próprio Jesus afirmou que "no mundo passarás por aflições, mas tenha bom ânimo, porque Eu venci o mundo" (João 16:33). 

Emicida reproduziu uma mensagem bíblica que diz que somos sal e luz do mundo (Mateus 5:13-14) nesse trecho:

"É um novo tempo, momento pro novo, a sabor do vento.
Me movo pelo solo onde reinamos, pondo pontos finais na dor como Doril, Anador. 
Somos a luz do Senhor."

Reproduziu também sobre a passagem que prega contra o meio termo, através de uma analogia com o morno, que não é frio nem quente (Apocalipse 3:15-16) nesse trecho:

"Tenho vários manos que não morreu, só que também não vive mais.
Não existe meio certo, nem meia verdade, nem mais ou menos, nem meia liberdade.
Quando o tema é vida, meio termo não existe"

Já Thalles, em um trecho (Deus falando):

"Faz o seguinte, oh:
Levanta a mão agora e me aceita como o seu Salvador.
Depois me abraça e a gente vence juntos essa parada"

Me fez pensar. Deus promete que podemos tudo Nele, que nos fortalece. Mas não podemos esquecer que no contexto do "Tudo posso Naquele que me fortalece" tinha uma igreja (Filipenses) sofrendo, passando por aflições, mas dando graças e se alegrando em todas as circunstâncias. Não tinha ninguém vencendo tudo simplesmente porque "aceitou" Deus como Salvador.

Claro que creio que Deus quer ver seus filhos vencendo as dificuldades, mas isso dentro de um contexto de fidelidade à Deus, vencendo o mal, porque foi bom. Vencendo o ódio, porque amou.

"Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece. Apesar disso, vocês fizeram bem em participar de minhas tribulações". (Filipenses 4:12-14)

Outro detalhe:

Um canta na favela numa boa e o outro cancela show se o camarim não estiver com todas as regalias pedidas. E super fatura "pregando" (evangelho show).

Aí vocês tiram o resto de suas conclusões.

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