quarta-feira, 21 de março de 2012

O prato principal..

      Vontade de escrever, mas não sei bem sobre o que. Então decidi escrever sobre a vontade de escrever sem saber sobre o que. HÃM?
      Sabe, tem dias que você está tão tumultuado, cheio de sentimentos, pensamentos e preocupações que acabam criando um buraco negro dentro de si – um vazio de massa densa. Pra mim essa é a melhor definição para os dias atuais: um bando de vazios densos vagando por ai.
      Durante o dia você acumula tanta coisa que acaba se dando conta de que separa-los organizadamente passa a ser uma tarefa árdua. Então, a hora que você para pra pensar: pane no sistema. É dai que surge a famosa insônia ou um sono pesado no qual você acorda como se não tivesse descansado. E não descansou mesmo! Descansar é mais que deitar e pegar no sono. É deixar que as preocupações do amanhã não tumultuem o seu hoje.
      Um fato: o ser humano sempre tende a procurar onde refugiar-se. Eu, por exemplo, costumo refugiar-me no meu quarto com música, violão, bíblia, oração ou um caderno e uma caneta. Mas talvez ainda haja outras fugas como palavras ásperas ou chulas, bebidas, cigarro, drogas, silêncio, carência, livros, filmes, seriados, televisão, novela, café, doces, entre outros. Enfim, para todo vazio busca-se o preenchimento.
      Mas minha conclusão da noite foi: se a teoria do buraco negro revela que ele suga tudo para o nada e tende a crescer, logo, conclui-se que, quanto mais “fugas” absorver, na tentativa frustrante de preencher esse buraco, maior ele ficará e mais coisas e doses delas você terá de absorver para preenchê-lo. Não que essas fugas sejam totalmente desnecessárias ou ineficazes, mas, talvez, foram criadas como complemento e não como prato principal.
      Ai vem a pergunta: o que realmente trás paz? Qual é o tamanho real do seu vazio? A minha resposta é: o tamanho da paz é exatamente o tamanho do seu vazio, basta saber saborear o prato principal antes de desfrutar do complemento.

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